Não Há Mais Nada

Nesta noite de sublime solidão, ela percebe o quanto já não é mais feliz
Nota que há diferenças em sua feição e seus gestos já não são mais os mesmos ...
Lá fora apenas a chuva faz o movimento da vida parecer real, aqui dentro ela sente apenas o silêncio desta invasão de sentimentos doentios que a cercam, trazendo a tona memórias que a fizeram chorar, sofrer, amar ...
Amar um passado distante e que por vezes insiste em voltar ...
Já não sabe mais o que fazer para esquecer ...
Já não sente mais o pulsar firme do fluído vital percorrendo suas veias ...
Depara-se apenas com seu fracasso e com sua angústia
Nada mais tem a dizer ...
Calou-se diante da escuridão, cerrando seus olhos e apenas puxando o gatilho .

Meus 27 anos

Quero deixar retratado o último dia em que terei 27 anos, pois eu jamais o terei de volta. Quero deixá-lo aqui, escrito nestas linhas para que um dia eu possa voltar no tempo e relembrar tudo que senti e vivi com esta idade.
Quando tinha 17 anos, eu sonhava em ter o mundo, sonhava em ter minha maioridade e independência moral e financeira. Escrevia belas poesias, ouvia músicas estrangeiras, as traduzia e viajada em sua melodia, tomava chuva e sentia o vento percorrer pelo meu corpo, corria, brincava e sorria sem compromissos, desobedecia meus pais, fugia para poder me divertir, namorava escondido com medo do meu pai, brigava com meus irmãos ( que tanto amo), fazia loucuras porém saudáveis. Eu nunca me envolvi com drogas, cigarros, porém confesso que tive quedas por bebidas e isso quase me matou. Parei!
Vivi, chorei, amei de forma inocente, comecei a ter percepções do meu corpo, sensações ora de bem estar e ora de tristeza, tive decepções, mas nada comparado ao que estava por vir. Digo isso porque tive que presenciar a separação dos meus pais e logo em seguida a perda irreparável do meu pequeno e tão amado irmão. Contudo, todos os sonhos e planos se esvairam juntamente com a aquela vida que partira. Foi então que comecei a notar, que o mundo não era um conto de fadas, que no mundo havia maldades e ignorância por parte de alguns seres, comecei a ver que existia sim a lei a da sobrevivência, foi ai que também pude notar que minha pureza estava se perdendo. Segui em frente trazendo comigo a constante imagem da dor daquele instante tão massacrante da minha vida (meu irmão entregue a uma mesa de necrotério). Anos se passaram e conseguir vencer em alguma meta, era a minha dificil missão... Comecei a cursar a faculdade aos 21 e consegui um bom emprego com 22, perdi amores e conheci outros. Cada um da sua forma e intensidade. Já no final dos meus 23 anos me encantei por uma pessoa e comecei a experimentar o prazer, o que era ser desejada por alguém, me sentir amada e senti por esta pessoa algo muito forte e de tão forte que era tive medo de seguir com ela e então resolvi por covardia fugir e sumir. Fui cruel. Mas apesar dessa crueldade (comigo e com esta pessoa) eu não consegui fugir de mim, não consegui fugir do que eu sentia. Mas era tarde demais para voltar.... Então segui mais uma vez. Me envolvi com outra pessoa que só me dava aventuras mas que nunca me fez esquecer o que deixará pra tras. Passamos a viver juntas, até sofremos um acidente de moto juntas, confesso que aquele dia tive medo de morrer com apenas 25 anos, naquele dia aprendi a voar. rsrs. Digo isso pois foi desta forma que sai de cima da moto "voando" enquanto que a outra pessoa ficou presa entre as ferragens. De certa forma eu tive sorte, pois quem ficou nas ferragens se quebrou quase que inteira e eu nada sofri além de ficar desacordada por alguns instantes, de ter ganho escoriações e partes do meu corpo ficaram apenas trincadas. Mas uma coisa eu garanto a todos a morte veste um pretinho básico lindo e também existe aquela tal luz da qual muitas pessoas que passaram pelo que passei falam. rsrs. Fomos levadas de ambulância (apesar de trabalhar há anos em hospital, aquela foi a primeira vez que andei de ambulância) para o hospital onde trabalho. Dai veio outra decepção... ser tão maltratada pelos meus colegas de trabalho. O atendimento foi PÉSSIMO. Mas enfim, depois de um tempo tivemos alta e voltamos para casa. Detalhe, no dia do acidente, iriamos ao show da cantora Ana Carolina, com direito a cadeira vip. Afe! Perdemos o show e ganhamos marcas pelo corpo devido a irresponsabilidade de uma motorista (que estava falando ao celular) e mesmo causando o acidente não nos prestou socorro, evadiu-se do local sem prestar socorro. Mas enfim... prosseguindo...
Algum tempo depois da recuperação, retomei a minha vida. Chegando ao gran finale dos meus 26 anos brigamos e nos separamos e isso me trouxe grandes problemas, porque quando você se casa, você quer casa e então com isso vem as dividas. rsrs. Dai me lasquei... ela partiu e deixou apenas um montante de boletos pra eu pagar... Desde então estou no sufoco, me virando em vinte para poder arcar com todo o prejuizo. Com isso aprendi a deixar ainda mais minha ingenuidade de lado e cuidar mais de mim. Passei o ano de 2009 tentando organizar minha vida e a não me meter mais em encrencas. Entretanto me enfiei em mais uma, mas por ser tão bizarra eu prefiro não relatar, me prejudiquei mais ainda e depois disso estava tentando me manter forte, porém em dezembro eu cai. Não suportei mais e vim a lona, a depressão novamente veio me visitar e trouxe com ela a síndrome do pânico. Isso é horrivel gente. Muitas pessoas que me conhecem sabem que sou "maluca" mas não ao ponto de me fechar tanto. Me sinto dentro de um casulo agora, uma espécie de caixa, sei lá, algo que eu criei para me esconder do mundo, porque depois de tudo que já vivi e vi eu hoje tenho medo de tudo e de todos. Tenho medo de ter contato físico com as pessoas, por que nunca se sabe o que vai sair delas ou qual a atitude que elas vão ter. Eu devo estar maluca mesmo. O médico diz que é normal sentir isso em determinadas épocas da vida. Mas eu penso o contrário, porque se fosse normal mesmo, qual o fundamento pra ele mandar um tomar remédios fortes para depressão? Por que é divertido? Por que ele não tinha ninguem pra medicar naquele dia e então eu fui a premiada? Definitivamente NÃO e sinceramente médicos assim me decepcionam ainda mais, me faz querer desistir ainda mais da minha profissão e me faz ver que o que escolhi fazer da minha vida foi um mero e incorrigível erro. Estou afastada do serviço e em tratamento, para algo que o médico chama de NORMAL. Afe e Afe é o que tenho a dizer. Eu queria tanto poder escrever fatos alegres e fatos que me fizeram por hora sorrir, mas anda meio dificil ultimamente. Estou tentando me levantar e mais uma vez seguir em frente. Hoje tenho amigos novos e alguns antigos ainda acreditam que tenho jeito e estão sempre perto. rsrs. Agradeço mesmo a todos que mesmo quando eu digo para irem embora, insistem em ficar. Obrigada de coração!
Hoje é dia 10 de fevereiro de 2010 e é o último dia que digo tenho 27 anos. O dia de hoje começou turbulento, desde a noite de ontem venho me sentindo mal, uma forte dor de cabeça me assombra, passei uma noite horripilante de dor e emese (para quem não conhece a palavra é o conhecido e popular Vômito), quis falar dificil porque eu tenho estudo, então eu posso!!! rsrs. Estou deitada o dia todo e sentindo a cama girar e girar. Acho que meu nível de tontura hoje superou a escala de tremores da terra. rsrs. Mas ai resolvi ligar o computador e dar uns "oi" para a turma e cá estou escrevendo um relato doido e sem nexo para poder ler mais pra frente e dizer o quão idiota era nesta época. rsrs. Mas entendo - me e sei que isto vai me fazer rir e muito no futuro. Pois quando eu ler novamente isso, vou estar bem e feliz. Pois estou encerrando hoje mais um ciclo da minha vida, estou encerrando a fase de dor e tristezas e iniciando uma nova etapa. É hora de sorri e ser feliz, é hora de viver e ir em busca de novos sonhos, mas com uma grande diferença agora, adquiri uma percepção maior das coisas a minha volta e das pessoas também. Ontem minha melhor amiga disse que estou ficando velhinha, de certa forma ela está certa, mas também acredito que além de velhinha, estou ficando mais experiente e isso é MUITO BOM, pois significa que tudo que vivi até hoje, me serviram de aprendizado, uns para não cometer mais determinados erros e outros me servirão de base para o resto da minha existência, pois afinal de contas, estamos aqui para atingirmos um propósito e eu creio que muito em breve, eu chegarei ao meu. Agora estou aqui conversando com outra grande amiga (apesar dela só ter 1,05m) e estamos filosofando sobre nossa vida e velhice, está sendo cômico já que nos conhecemos há anos e passamos por várias fases juntas. Agora falamos de como seríamos grávidas e depois do parto como seriam nossas crianças?! E a conclusão não nada boa, uma vez que filhos vindos de nós seriam os verdadeiros monstrinhos, já que somos duas pessoas terríveis (no bom sentido) rs. Mas tirando a gozação de lado, acredito que seríamos boas mamadi's. rsrs. Bom, mudando um pouco de assunto, resolvi ir até o mercado e chegando lá me deparei com um monte de gente linda e simplesmente educadas, a começar no estacionamento, quando um ser muito do grosseiro tentou, veja bem, tentou tomar minha vaga, mas não conseguiu então ele pra mostrar para a moça que estava ao lado dele que era ele quem mandava, começou a me ofender verbalmente e pela cara de vergonha da guria, acredito que aquilo estava deixando muito mais ela envergonhada do que propriamente dito, por que se tem uma coisa que aprendi ao longo da vida, foi que quando um não quer dois não brigam, então sai do meu carro linda e muito da educada e não dei trela ao que aquele ser repugnante dizia e fui fazer minhas ''comprinhas''. Já dentro do mercado outro episódio me chamou a atenção, foi quando estava na fila do caixa esperando minha vez, reparei que mesmo tendo um certo espaço no local, as pessoas tendem a se aglomerar perto da gente e ficam coladas como se gostassem daquilo. Credo gente, não precisa disso, acho que não aprenderam nada com aquela música que diz "cada um no seu quadrado" esta letra diz tudo, sobre o que penso da vida e das pessoas... Cada um com seu cada qual. Dai na hora de pagar minhas "comprinhas'', paguei e pedi a moça do caixa para que ela fizesse uma recarga no meu celular. Legal, na hora que estava começando a digitar o número do meu celular, notei que o cara que estava atras de mim na fila se aproximou mais e ficou olhando - me digitar, foi quando virei para tras e perguntei a ele se havia algum problema, dai ele sem graça disse que não e pediu desculpas. Ai pergunto: Por que as pessoas são tão mal educadas? Por que elas tendem a xeretar nas coisas da vida alheia? Sinceramente eu não entendo os homos sapiens. Se ele queria meu número de telefone, seria muito mais fácil ele pedir do que ficar atras de mim bisbilhotando, é óbvio que eu não daria meu número, afinal de contas não sou tão facinha assim. rsrs. Mas enfim, voltei para casa com os vidros do carro abertos e o som nas alturas, corri pela avenida feito louca, só para poder sentir um pouco da brisa do vento tocando meu rosto e por um instante senti paz. Cheguei em casa, guardei o carro e subi. Lavei as mãos enquanto meu pequeno príncipe me esperava deitado no chão todo esticado. rsrs. Para quem não sabe o meu pequeno príncipe é o meu lindo gatinho. Ele é tudo de bom na minha vida, meu companheiro de todas as horas e eu o amo muito, trato ele como um filho e sei que ele se sente como o tal. Peguei ele no colo e enchi de beijos como faço sempre, porque ele merece. rsrs. Dai resolvi tomar a minha vitamina de banana, maça, mamão e leite, que é nada mais nada menos que uma delicia. E após este feito, eis que cá estou, sentada novamente de frente a tela do computador, relatando meu último dia de mulher com 27 anos. Enquanto faço o relato, ouço uma música, onde o refrão diz: "Deixe a chuva cair e tocar sua face, deixe a chuva cair e limpar sua alma", bonita né. Pois, aquela Kelly que gostava de músicas estrangeiras ainda existe e ainda se pega fazendo traduções, estão vendo só, nem tudo se perde com o tempo. tem certas coisas que ainda existe bem vivas em mim e música é uma delas. Eu não vivo sem. Bom, vou encerrando por aqui, já que faltam dois minutos para os 28 anos de minha vida. Quero agradecer a todos que entraram nela de forma feliz e também para aqueles que entraram e sairam dela de forma triste. rsrs.(aprendi muito com estas também). Obrigada a todas as pessoas que estiveram comigo nestes 27 anos e espero  poder contar com a presença de todos aqueles que me fazem bem na nova etapa da minha vida. Beijos a todos e Parabéns para a Nova Etapa Vivencial da Kelly.
Kelly Rodrigues. Tecnologia do Blogger.